segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Crítica | Sully: O Herói do Rio Hudson (2016)


"Imagine uma premissa que conta com inúmeras possibilidades de falhar e junte a um árduo trabalho de roteiro e uma ótima direção. Como resultado: Sully: Uma enrolação? Ou Sully: Um excelente filme? Você terá que decidir!"

Quando pássaros danificam as turbinas de um US Airways Fight 1549, o piloto Chesley Sullenberger se vê obrigado a realizar um pouso forçado no Rio Hudson, que resultou no salvamento de mais de 150 pessoas, e em uma guerra politica em que "Sully" jamais imaginaria vivenciar.

Cinema é uma arte temporal. Tudo o que achamos, pensamos e sentimos estão fadados a mudar com uma velocidade que não ousamos pensar. Os filmes "brincam" justamente com nossas emoções, sendo assim estar atento aos próprios sentimentos e aos do publico é a base do trabalho de todo cineasta visionário.

A estória de Sully É muito emocionante, mas não para a nossa época, nesse determinado momento, nesse determinado período. Se a intenção era contar uma estória que está tão fresca na cabeça das pessoas apenas como "Uma noticia surpreendente"; era necessário trazer elementos desconhecidos, e esses elementos serão obrigados a ocupar a trama principal, porém o desastre do avião também deverá estar lá.



Esse árduo trabalho teve como solução um embate politico sobre as atitudes "irresponsáveis" do piloto Sullemberger e do copiloto Jeff Skiles, misturado a uma inteligente construção de roteiro que traz logo de inicio a trama principal desconhecida e inclui a queda do avião de uma maneira muito criativa.

O roteiro tem total consciência de suas limitações e traz um bom ritmo, uma ótima montagem, bons diálogos e o mais importante: Conceitos bem solidificados sobre: O que é ser um herói, O que é ser humano? Até que nível pode ir a burocracia e a ignorância social?

Mesmo tendo um vários elementos de um drama social, o foco da trama acaba sendo muito mais pessoal.

Para alguns, o trabalho de escrita de Sully pode ser nada mais do que um grande exercício de exploração de elementos e substancias, e como resultado: Uma grande enrolação fora de seu tempo. Uma crítica desse estilo não estaria errada, porem o filme consegue prender sua atenção e transmitir emoções na medida do possível. Devido a esse fato, ele está muito mais inclinado a ser um ótimo filme.



A direção de Eastwood continua a ser precisa e exímia. Ora enquadramentos tão suaves e substanciados que mais parecem um quandro, ora tomadas e sequencias mais engajantes e velozes que nos levam para dentro do avião.

Eastwood não captaria todos esses elementos sem um trabalho de fotografia fenomenal e efeitos visuais ao estilo Forrest Gump (Quase imperceptíveis).

As poucas estrelas envolvidas dão um verdadeiro show. Tom Hanks interpreta um personagem simples e com poucos conflitos, mas consegue dar vida de uma maneira que deixa o publico boquiaberto. Como um ator tão conhecido como Tom Hanks faz com que o esqueçamos nos primeiros minutos do filme?

Aaron Eckhart também dominou seu personagem com exatidão, trazendo-o de uma maneira simples, mas com grande importância para o protagonista e para a trama.

Laura Linney não teve muito material para trabalhar, seria injustiça falar mal.

Sully: O Herói do Rio Hudson é um filme que conhece bem o seu publico e o seu mundo, sofrendo apenas com suas limitações. Porém, os fatores positivos surpreendentemente pesam mais do que os negativos, transformando Sully em um dos filmes mais interessantes do ano.


ASSISTA AO TRAILER: https://www.youtube.com/watch?v=9n6hcBc4bgE




Dados de Viagem:
Data de Lançamento: 25 de Novembro de 2016
Local: Nova York, Rio Hudson.
Guia de Viagem: Clint Eastwood.





O VIAJANTE 0

Matheus Amaral




Sou um grande fã de Clint Eastwood como diretor, e sai admirado em como o roteirista conseguiu extrair o máximo de tão pouco. Pode ser uma enrolação, mas traz mensagem importantes em um filme que prende sua atenção do inicio ao fim. Sai muito contente e satisfeito - Vale a pena! 

Nenhum comentário:

Postar um comentário