quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Crítica | O Vendedor de Sonhos (2016)


Dinâmico e emocionalmente apelativo, O Vendedor de sonhos é uma trama de educação que infelizmente mais "prega" do que prova.

Quando o renomado psicologo Júlio César quer cometer suicídio devido a sérios problemas familiares, eis que um misterioso mendigo o faz desistir. Levando Júlio para uma viagem através do autoconhecimento e da aceitação da vida.

Vale ressaltar que todas as opiniões contidas nesta crítica se referem exclusivamente ao FILME.

Uma trama de educação, onde o protagonista começa cético e pessimista e termina otimista e com amor a vida, dificilmente aparece nas telonas, e quando aparece quase sempre tem ligação com o divino: Deus, divindades entre outros.

O Vendedor de sonhos pode ser considerado uma rara exceção, visto que o roteiro passeia pelos campos da fé divina e também da ciência, mostrando que os mesmos são apenas escolhas que não necessariamente interferem com a aceitação da vida.

O roteiro começa interessante: Um psicologo tenta se matar e um mendigo o faz mudar de ideia !? Agora estou ansioso para ver como será a tal jornada de aceitação.

Pegue uma ideia governante muito interessante, misture com o fato de o filme conseguir conversar com um publico muito abrangente e jogue praticamente metade dos bons elementos que essa combinação faria no lixo. Essa é uma das sensações que esse filme traz.



Toda boa estória precisa de contrapontos. Para provar um ponto de vista sobre a vida em uma estória, é necessário trazer inúmeros pontos de vista contrários, para que no final, em um clímax bem construído, você prove ao publico que perante a todas as dificuldades aquele ponto é o certo.

Quando o começo prendeu minha atenção, logo pensei, "Não vai ser nada fácil para um psicologo muito bem estudado e que trabalha nos campos da ciência, abrir a mente para a conversa de um mendigo." Mas isso mal é explorado.

O roteiro preferiu passear em um monte de cenas bonitas que apelam demais para o emocional das pessoas sem ensinar algo realmente. 

Esse tipo de aprendizado em MINHA OPINIÃO chama-se picaretagem, pois um monte de cenas onde pessoas estão passando pelas mesmas dificuldades que nós e com poucas palavras já mudam de opinião e decidem vencer, realmente nos toca (Pois nos projetamos nas cenas), mas todos nós iremos esquecer em um dia tudo aquilo. Porem a primeira impressão é a que fica!

E também a uma cena que envolve um programa de televisão que chama literalmente o publico de otário. É uma das cenas mais ilógicas que vi esse ano.



Mas é de se reconhecer que o filme tem suas mensagens, e algumas tem chance de sair do cinema com você. E como o filme vai mexer com os seus sentimentos, muitas pessoas podem sair contentes do cinema. "Quando está difícil qualquer migalha ajuda, mas não cura."

Para encerrar essa crítica em uma forma positiva, o filme conta com takes mais lentos e muito criativos, que quando se mixam a uma excelente fotografia, dão cenas lindas de se ver e criam uma linguagem própria para a estória,

Dan Stubalch mostra o quão bom ator ele é, faz o melhor que pode com o que tem e nunca trai seu personagem.

Cesar Troncoso soube conduzir bem um sábio que passou por dificuldades quase impossíveis de superar.

E a edição soube criar um ótimo ritmo.

O Vendedor de Sonhos é o filme que poderia ter sido e não foi, desperdiçou as chances de ser um filme único e surpreendente, para trabalhar com o sentimentalismo barato. Você vai se emocionar, mas amanhã não vai lembrar.

ASSISTA AO TRAILER: https://www.youtube.com/watch?v=Q1Q4NweBya4



Dados de Viagem:
Data de Lançamento: 8 de Dezembro de 2016
Local: Brasil
Guia de Viagem: Jayme Monjardim






Matheus Amaral, O Viajante 0.



"Odeio ser chamado de idiota, o filme tinha tudo para botar um semente no coração daqueles que precisam, e ser lembrado como um excelente filme nacional."


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