Há que diga que assistir filmes de terror da atualidade não está sendo uma tarefa muito fácil, eu nunca concordei muito com isso e o ano passado esteve ai para provar. Mas, começar um filme de maneira muito inteligente e arrepiante, para depois se render a todos os clichês e esteriótipos possíveis. Por quê?
Um assassinato brutal e misterioso e um corpo desconhecido encontrado no local gera tensão e medo na cidade, fazendo com que o Xerife exija uma autopsia imediatamente. Ao iniciar o processo, o legista e seu assistente (Respectivamente pai e filho) descobrem coisas macabras e inexplicáveis, não conseguindo encontrar a causa da morte e "inconscientemente" se perguntando que tipo de monstro poderia ter feito algo assim.
Logo de inicio o filme sabe muito bem como nos deixar intrigado, mostrando peças que não se encaixam em algo que "obviamente" tem uma explicação "clara" e "racional". A cena inicial consegue trazer essa curiosidade mórbida muito bem. A relação familiar-profissional dos legistas também funciona bem, você sente um certo mistério envolto no ar e principalmente fica chocado com um trabalho como esse, mas sabe que existe e que é muito importante. Essa ambiguidade faz com que o público não compreenda sobre o que o filme está falando, alguns costumes um tanto diferentes das personagens trazem isso e aquele leve gostinho de, eu poderia ter me safado dessa atenua o terror.
É um filme que soube fugir dos clichês das casas grandes e mal assombradas, dos protagonistas burros e indefesos e soube focar em algo comum e que existe no mundo real. Mostrando a paranoia que sentimos com o incompreendido, a luta para voltar a pensar que existe uma explicação plausível para tudo e como podemos encontrar sinais paranormais aonde quisermos, basta querer acreditar, ou estar sobre pressão. E é claro, tudo isso só funciona até a metade do filme.
Quando a coisa "aperta de vez", é quando o filme se rende a espíritos malignos e poderosos, que apagam luzes, torcem a realidade e sabem trancar portas. Os jumpsacers ficam ridiculamente clichês e abusivos e a resposta para o mistério é a coisa mais simples e qualquer coisa que eles poderiam ter imaginado. E depois do terrível clímax, temos o epilogo que mostra com clareza como o filme não conseguiu encontrar um final satisfatório.
Falando de algo que funciona bem do inicio ao fim, todo o Gore é muito bem feito. Você vê literalmente uma autopsia sendo realizada, é muito bem criado e muito gratificante. Uma pessoa fraca pode passar mal com esse filme? Por experiencia própria, e sou o mair bunda mole para essas coisas, eu não fiquei visualmente incomodado com esse filme, ele soube muito bem como gerar a curiosidade mórbida da anatomia e me agradou com sua qualidade. Mas, eu acho que pode ter gente que pode não se sentir muito bem com isso.
Em questão de atores: Brian Cox está excelente, soube dar uma carga misteriosa, patera e de muito profissionalismo ao seu personagem. Emile Hirsch dá leves escorregadas, mas nunca sai do personagem e Olwen Catherine Kelly fez uma morta incrível. Esses são personagens do filme, o resto é o resto.
A Autópsia te oferece um horror excelente, original e horripilante até emburrecer e ficar preguiçoso, clichê e desinteressante. Soube muito bem como trabalhar com seus atores e com uma boa maquiagem. Se você é um mega fã de terror, vale a pena dar uma conferida.
ASSISTA AO TRAILER: https://www.youtube.com/watch?v=IhRT923aGrM
Dados de Viagem:(Ano Estelar-666.2)
Data de Lançamento: 4 de Maio de 2017.
Local: (Reino Unido, EUA).
Guia de Viagem (Diretor): André Øvredal.
Título Original: The Autopsy of Jane Doe.
Matheus Amaral |
"Isso é o que eu chamo de efeito punhalada. Nos apresenta algo bom para depois abater!"
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